Associação de Produtores de Chocolate vai criar Selo de Qualidade
Reunidos no dia 14 de outubro, em sua primeira oficina de planejamento estratégico, na Pousada La Dulce Vita, em Ilhéus, dez empresas, que fazem parte da Associação dos Produtores de Chocolate de Origem do Sul da Bahia, decidiram criar um selo de qualidade para seus produtos.
O selo que terá o nome de “Tree to Bar” Sul da Bahia, terá como objetivo a agregação de valores que determinam a excelência em qualidade técnica de aroma e sabor que identificará que este chocolate foi produzido na região da Mata Atlântica do Sul da Bahia, onde se preserva a biodiversidade regional. Assim, vamos proteger os chocolates de origem regional que se enquadrarem nos parâmetros e conformidades a serem definidos. Para isso, foi criado um grupo de trabalho formado por técnicos, produtores e pesquisadores com alto grau de conhecimento em chocolates (de origem), cuja finalidade é apresentar até o mês de fevereiro a primeira versão do regulamento de uso do selo.
Critérios reguladores para produção do cacau, tratos culturais na lavoura, praticas na pós colheita, métodos de fermentação, secagem e armazenagem, além de protocolos, processos e técnicas de fabricação, e definições sobre quantidades e parâmetros para uso de ingredientes, deveram constar do documento que visa regular e proteger a autenticidade e qualidade dos chocolates de origem Sul da Bahia, feitos pelo conceito “Tree to Bar” ou da árvore a barra, traduzido. Quando o regulamento ficar pronto uma instituição ou um mesmo um corpo técnico da Associação fará a certificação, que será dada aos produtos que se enquadrem na conformidade.
Segundo Gerson Marques, produtor do chocolate Yrerê e Diretor Presidente da Associação, a ideia, não é padronizar, mas sim definir os parâmetros que sirva de marco referencial para os produtores de chocolates autênticos do Sul da Bahia, esta referência também servirá para o mercado consumidor que poderá identificar a autenticidade de um bom chocolate de origem Sul Bahia pelo selo que estará estampado nas embalagens. Ainda segundo Gerson, em meados de 2017 já teremos o selo homologado.
José Brandt Filho, fabricante do chocolate República do Cacau e Diretor Financeiro da Associação dos Produtores, definiu como um grande avanço a ideia de proteger a qualidade e os valores do “terroir” do Sul da Bahia presente em nossos chocolates, pois fazemos um chocolate único no mundo, e por isso este produto tem que ser protegido.
Para Cecília Gomes da Costa, fabricante do chocolate Amado Cacau e Diretora de Relações Institucionais da Associação, que esteve recentemente com seus produtos na Feira Gastronômica Internacional - SIRAH 2016, ocorrida na cidade do Rio de Janeiro, o chocolate do Sul da Bahia, está conquistando reconhecimento e mercados nacional e internacional, por isso a Associação tem que proteger esta marca regional de qualidade, bem como as diversas marcas associadas, pois, enfatizou Cecília, "só é possível fazer este tipo de chocolate com nosso cacau e nossas práticas de produção, não podemos correr risco de perder mercado por conta de aventureiros que usem atributos regionais e nosso nome e não entregam produtos de qualidade.
Os chocolateiros Francisco Correia do Chocolate da Coroa Azul, Pedro e Maria Ângela Magalhães do Chocolates VAR, Raimundo Mororó do Mendoá Chocolates, Fernando e Patrícia Botelho do Modaka Cacau, Rogério Kamei do Chocolate Mestiço, Greice Costa do Chocolate Amado Cacau, Edgar Morbeck do Chocolate Morbeck, Idelbrando Fernandes, Anuri Planeta Cacau e Cristiano Santana da Associação dos Produtores de Cacau do Sul da Bahia foram as demais empresas e instituições presentes no evento. A oficina foi orientada pelo consultor Luiz Eduardo G. Gonçalves da Avançar Consultoria, contratado pelo Instituto Arapyau e Funbio que em parceria com o Sebrae apoiaram o evento.
As empresas fabricantes de chocolates CostaNegro, Chor, Maltez, Cantagalo, Benjamin e Jupará, também sócios da APCSB, não puderam participar.
Outras decisões - Este planejamento inicial da Associação, para os próximos dois anos, foca, estrategicamente, em definir assuntos administrativos e legais da entidade, além da relação institucional com outros parceiros, como universidades, governos, ONG’s e demais instituições parcerias e de fomento ao desenvolvimento dos pequenos negócios regionais.
No tema referente a mercado foi definida a contratação de uma consultoria especializada para elaborar um estudo aprofundado do mercado consumidor e um plano de marketing e promoção para os chocolates fabricados no Sul da Bahia, além do calendário de eventos nacionais é internacional que os associados vão participar.
Para Francisco Correia, que fabrica o Chocolate Coroa Azul e é também presidente da Associação dos Produtores de Cacau do Sul da Bahia, a sustentabilidades da Mata Atlântica, do Sistema Cabruca e a consolidação de uma economia agroflorestal que criamos aqui ao longo de dois séculos e meio, dever ser um valor integral de nosso chocolate, um marketing bem elaborado vai nos ajudar a vender valores, mais que chocolates.
Confraria de Chocolateiros - O encerramento da oficina foi marcado por um encontro que reuniu chocolateiros e convidados, em uma Confraria, antes do jantar no restaurante da Pousada La Dulce Vita, foram feitas diversas degustações de chocolates fabricados com cacau de variedades e origens (características organolépticas) diferentes. O próximo encontro do grupo dar-se-á em fevereiro de 2017.